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MC Poze do Rodo é preso no Rio por suspeita de ligação com o Comando Vermelho

BRASIL. O cantor de funk Marlon Brandon Coelho Couto, de 24 anos, conhecido como MC Poze do Rodo, foi preso na manhã desta quinta-feira (29) pela Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro. Ele é investigado por suspeita de associação com a facção criminosa Comando Vermelho (CV), uma das mais antigas e violentas do país.

A prisão ocorreu durante uma operação deflagrada no bairro do Recreio dos Bandeirantes, na zona oeste da capital fluminense. Agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) cumpriram mandado de prisão temporária expedido pela Justiça do Rio, após meses de investigações que apontam a atuação do artista em estreita relação com criminosos armados.

Segundo a Polícia Civil, MC Poze vinha se apresentando exclusivamente em comunidades controladas pelo Comando Vermelho. Nos eventos, era comum a presença ostensiva de traficantes armados com fuzis e pistolas, que garantiam a segurança do cantor e do público. A corporação afirma que essas apresentações são financiadas pela própria facção, como forma de lavar dinheiro do tráfico e fortalecer seu domínio territorial.

“Há indícios de que os shows servem como instrumentos de fortalecimento financeiro e social do grupo criminoso. São eventos com grande aglomeração de pessoas, que aumentam o consumo de drogas e a presença da facção nas comunidades”, informou a Polícia Civil, em nota.

As investigações também miram o conteúdo das músicas cantadas por MC Poze. De acordo com os agentes, o repertório do artista inclui letras que fazem apologia explícita ao tráfico de drogas, exaltam o uso de armas de fogo e incentivam confrontos entre grupos rivais.

Em um show realizado no dia 19 de maio deste ano, na comunidade Cidade de Deus, zona oeste do Rio, MC Poze teria entoado músicas com referência direta ao Comando Vermelho, na presença de traficantes armados. A apresentação aconteceu poucas horas antes da morte do policial civil José Antônio Lourenço, integrante da Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), durante operação na mesma comunidade.

A Polícia Civil destacou que a prisão do artista é um dos desdobramentos da operação que visa desarticular o financiamento de eventos ilegais promovidos por facções criminosas. Os investigadores buscam agora identificar empresários, produtores e outros indivíduos envolvidos na logística dos shows e no fluxo de dinheiro oriundo do tráfico.

“A liberdade de expressão e artística tem limites definidos pela Constituição. Quando esses limites são ultraados para glorificar o crime organizado, incitar a violência e incentivar o uso de entorpecentes, há configuração de crimes graves”, afirmou um dos delegados responsáveis pela investigação.

Até o fechamento desta matéria, a defesa de MC Poze do Rodo não havia sido localizada para comentar a prisão. O funkeiro é um dos nomes mais populares do gênero no Brasil e tem milhões de seguidores nas redes sociais, além de parcerias musicais com artistas de renome nacional.

A prisão temporária tem validade inicial de cinco dias, podendo ser prorrogada. O caso segue sob sigilo, mas novas fases da operação estão previstas para os próximos dias.

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