
SANTA CATARINA. No dia 28 de maio de 2015, o Estado foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) como Zona Livre de Peste Suína Clássica (PSC). Em grande parte, esta conquista foi possível com o trabalho de fiscalização e de educação sanitária desenvolvido pela Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), que é órgão oficial de defesa agropecuária do estado.
Os dez anos de reconhecimento como zona livre da doença são parte das celebrações do Mês da Saúde Animal e Vegetal, realizado anualmente em maio. Esta conquista expandiu a comercialização da carne suína catarinense na última década para os mercados mais exigentes do mundo. Santa Catarina é o principal estado exportador no Brasil, produzindo mais da metade do produto embarcado para o exterior.
“Santa Catarina possui um status sanitário privilegiado, o que nos permite ar os mercados internacionais mais exigentes. Somos o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, resultado do nosso compromisso com a sanidade animal. O reconhecimento do estado como zona livre de peste suína clássica é uma conquista que reflete o alto nível de defesa sanitária animal e o engajamento de toda a cadeia produtiva”, destaca o secretário de Estado da Agricultura e Pecuária, Carlos Chiodini.
Embora a doença não afete seres humanos, ela causa um impacto socio-econômico significativo, pois pode provocar imensas perdas nos planteis suínos. Provocada por um vírus, a peste suína clássica atinge suídeos (porcos e javalis) e não tem cura. Os sintomas são febre, andar cambaleante, manchas vermelhas no corpo do animal, abortos e mortalidade elevada.
“O controle da PSC por zoneamento no país tem levado a suinocultura a obter um grande desenvolvimento. A Cidasc vem trabalhando junto ao setor produtivo na defesa agropecuária há muitos anos e com isso, temos uma sanidade que nos coloca em patamares de produtividade muito elevados. De 2010 para 2025, SC evoluiu de uma exportação de cerca de 25% do volume total de suínos do Brasil para 56% do volume total. Somente rebanhos saudáveis alcançam um score destes”, afirma Celles Regina de Matos, médica-veterinária e presidente da Cidasc.
Medidas de biosseguridade são essenciais para a prevenção

Além de recordar este grande feito, a data é mais uma oportunidade para a Cidasc conscientizar os produtores e demais envolvidos na cadeia produtiva sobre as medidas de biosseguridade para evitar a reintrodução da doença. Um dos primeiros cuidados é exigir a certificação sanitária ao comprar animais.
Os suínos devem ser alojados em local apropriado, que permita uma boa higienização e devem ser alimentados com ração apropriada. O fornecimento de resíduos de alimentos com proteína de origem animal para alimentar suínos, seja de fonte doméstica ou industrial, é proibido por razões sanitárias.
Mesmo com a doença erradicada, a Cidasc mantém as ações de vigilância ativa (fiscalizações) e iva (a partir de notificação) para garantir que este status sanitário seja mantido. A peste suína clássica é uma doença de notificação obrigatória. O produtor deve notificar a Cidasc se identificar estes sinais:
- manchas vermelhas no corpo do animal, principalmente atrás das orelhas, entre as pernas e na papada;
- febre acima de 40 °C;
- andar cambaleante e a diminuição do apetite;
- aborto e morte dos filhotes recém nascidos, ou alteração no cio das fêmeas, com muita repetição.
- mortalidade elevada