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Rio Negrinho: Roda de conversa emociona cuidadores de pessoas com Alzheimer e outras dependências

RIO NEGRINHO. Na quinta-feira (8), a sede da Associação Empresarial (Acirne) recebeu o Grupo de Familiares e Cuidadores de DA do Planalto Norte para mais um encontro de apoio e aprendizado. A palestra da terapeuta corporal e doula, Simone Aparecida da Cruz, com o tema “E agora, sou filha ou mãe da minha mãe?”, abordou os desafios emocionais enfrentados por quem cuida de familiares com Alzheimer e outras condições de dependência.

Simone conduziu uma roda de conversa que proporcionou aos participantes a oportunidade de refletir sobre o papel invertido que muitas vezes o cuidador assume: o de “ser pai ou mãe” daquele que, um dia, os criou.

Lejania Bail, participante do grupo, compartilhou como a experiência tem transformado sua percepção. “Na vida real, agora é isso. A gente cuida como mãe, mesmo sendo filha. Esses encontros fazem a gente enxergar isso com mais clareza. Sempre tem algo do cotidiano que a gente vive e se reconhece”, citou.

Durante a Roda de conversa, Simone destacou a importância da afetividade e da memória emocional. “Apesar de o Alzheimer apagar várias histórias, com cuidado e carinho, muitas ainda podem ser escritas”, lembrou. Ela usou fotografias e recordações para ilustrar como é possível ressignificar memórias — como ensinar algo simples, como lavar a louça, em uma inversão de papéis que resgata vínculos afetivos.

Além disso, a terapeuta alertou sobre a necessidade de autocuidado dos cuidadores. “Você precisa se cuidar, se permitir vivenciar momentos que te façam bem, para então conseguir cuidar do outro”, frisou.

O encontro foi marcado por trocas emocionantes entre os participantes, que compartilharam suas experiências pessoais, as fases da doença dos seus familiares e as dificuldades enfrentadas. A roda de conversa se mostrou, mais uma vez, um espaço de acolhimento e fortalecimento mútuo.

Simone finalizou deixando uma mensagem importante. “Nós não fomos criados para sermos pais dos nossos pais. Mas podemos, sim, com amor e consciência, transformar essa jornada em algo mais leve e significativo”, destacou.

O Grupo de Cuidadores do Planalto Norte continua com encontros periódicos, proporcionando apoio e orientação prática para quem enfrenta o desafio de cuidar de quem ama.

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