RIO NEGRINHO.A Escola de Educação Básica Professora Marta Tavares, do bairro Cruzeiro, está desenvolvendo um projeto que resgata a história ferroviária do município como ferramenta de aprendizado e valorização da identidade local. A diretora Clecy Linzmeier conversou com a equipe do Nossas Notícias e explicou que a iniciativa envolve todos os alunos da escola, do primeiro ao nono ano, e foi idealizada a partir de uma proposta do professor de História, Ismael Chagas, em parceria com a diretora, e se transformou em uma experiência prática e coletiva de ensino.
A primeira etapa do projeto foi realizada ao longo de abril, com visitas à estação ferroviária. “Fizemos ali uma atividade que vai se estender lá para a feira de conhecimento. O projeto não termina aqui ainda. Mas a escola inteira, 100% engajada na mesma atividade. Olha que bacana: os pais colaboraram trazendo os filhos trajados de época, claro que dentro da realidade de cada um, com adaptações”, comentou Clecy.
Durante a visita, os estudantes foram recepcionados por um guia da ABPF (Associação Brasileira de Preservação Ferroviária) e assistiram a uma aula sobre a história da estação e sua importância para o desenvolvimento da cidade. A organização da atividade buscou promover responsabilidade e cooperação entre os alunos.
“Descemos de duas em duas turmas para a estação, onde a turma dos maiores era responsável por levar os menores, trabalhando a responsabilidade, os valores”, relatou a diretoria.
O professor Ismael Chagas explicou que a ideia surgiu a partir de um curso sobre liderança que está realizando. “A princípio era para realizarmos uma atividade com os professores, sobre identidade, valores e missão da escola. Mas acabou se tornando uma atividade aplicada para a escola toda, usando como base o trem e sua importância para a formação da cidade de Rio Negrinho”, explicou.
Ainda segundo ele, o objetivo do projeto é fortalecer a identificação dos alunos, pais e professores com a história do município, incentivando maior engajamento com a comunidade escolar e local. “Cada turma desceu em um dia e horário específico, e organizamos de forma que os mais velhos se responsabilizassem pelos mais novos, promovendo um senso de responsabilidade de um sobre o outro”, destaca.
Além da visita guiada, os alunos participaram de aulas temáticas sobre a implantação da ferrovia e sua relação com o surgimento da empresa Móveis Cimo, um marco no desenvolvimento da cidade. Os estudantes do Ensino Fundamental II também realizaram atividades avaliativas para fixação do conteúdo.
Uma das experiências mais marcantes do projeto foi a entrada de um grupo de alunos nos carros de ageiros históricos que compõem o acervo da estação, inclusive um deles usado por Getúlio Vargas. “Foi incrível ver a arquitetura desses carros, a questão de engenharia que tem neles. As crianças ficaram impressionadas em saber que dentro de um carro de trem tem praticamente uma casa e que carregou um dos maiores presidentes do país”, destacou Clecy.
O projeto ainda prevê mais duas etapas: uma durante a feira de conhecimentos da escola, e outra em outubro, mês das crianças, quando está sendo planejado um eio de trem com toda a escola. A iniciativa tem sido elogiada pela comunidade escolar e mostra como o ensino pode ir além da sala de aula, conectando o ado à vivência dos estudantes e despertando o senso de pertencimento à história local.