
MUNDO. A Agência Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA) mudou sua avaliação sobre a origem da Covid-19 e agora apoia a hipótese de que o vírus Sars-CoV-2 pode ter se originado a partir de um vazamento acidental em um laboratório na China. A nova posição foi divulgada no último sábado (25) e marca uma reviravolta no posicionamento da agência, que até então alegava não ter informações suficientes para definir qual teoria era mais provável.
A revisão dos relatórios foi uma das primeiras medidas do novo diretor da CIA, John Ratcliffe, que há tempos defende a tese do vazamento laboratorial. Segundo a CNN, no entanto, a mudança não foi motivada por novas descobertas, mas sim por uma análise mais aprofundada de documentos já existentes sobre o Instituto de Virologia de Wuhan.
Apesar da alteração de posicionamento, um porta-voz da CIA ressaltou que a hipótese de origem natural do vírus ainda não foi descartada e segue sendo considerada plausível. Além disso, a maioria das agências de inteligência dos EUA continua defendendo que o Sars-CoV-2 não foi criado como arma biológica nem sofreu manipulação genética.
Em resposta à mudança de postura da CIA, o governo chinês rejeitou a teoria do vazamento laboratorial e criticou os Estados Unidos. Nesta segunda-feira (27), a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Mao Ning, afirmou que os EUA deveriam “parar de culpar outros países pela pandemia”.
“A equipe conjunta de especialistas da China e da Organização Mundial da Saúde (OMS) concluiu que é extremamente improvável que tenha ocorrido um vazamento de laboratório, com base em visitas a laboratórios em Wuhan”, declarou Mao Ning em comunicado oficial.
A porta-voz também cobrou mais transparência dos Estados Unidos, afirmando que as autoridades americanas deveriam compartilhar voluntariamente informações sobre os primeiros casos suspeitos no país e esclarecer dúvidas sobre seus próprios laboratórios biológicos, que, segundo ela, geram preocupação na comunidade internacional.